Se você, assim como eu, é um grande admirador dos riffs compostos de guitarra, dos solos ainda mais compostos e poderosos, da sensação épica que apenas o Power Metal proporciona, ou tão somente é um conhecedor do Heavy Metal alemão, você com toda a certeza já ouviu falar, conhece e tem grandes chances de ser fã de Kai Hansen.

kiskehansenKai Hansen pode ser considerado o pai do estilo chamado por Power Metal, mas além disso é o principal agente e co-fundador das principais bandas que compõem o cenário do metal alemão. Isso por si só já o faz um dos músicos mais importantes da história do Heavy Metal. Claro que não vou atribuir somente a Kai Hansen a criação do Power Metal (apesar de ser tentado a fazê-lo). O Power Metal provavelmente foi o resultado de um conjunto de contribuições, mas, sem dúvida, Kai Hansen foi o consolidador, o estilo, e aquele que deu as maiores contribuições e por isso ele é considerado “O pai do estilo”.

Bem, isso são fatos que comumente sabemos sobre Kai Hansen e, para fãs e conhecedores, não é nenhuma surpresa. Entretanto, já temos o suficiente para admirá-lo. Há, no entanto, mais razões para admirá-lo, e eu falarei as razões que me fizeram admirá-lo, e falarei um pouco do Kai Hansen que eu vi em vídeos, DVD’s, e que também acebei vendo ao vivo. Antes, vai um pouco da história da lenda.

O fato é que, por incrível que pareça, Kai Hansen começou com o desejo de ser baterista. Kai, ainda criança, com seus 10 anos de idade, batia em tambores e latas imaginando ser um grande baterista (Aparentemente o desejo pela música e o talento para ela sempre existiram nele). Apesar do desejo intenso por tocar bateria, Kai não pode levar o sonho adiante porque a bateria era já na época um instrumento muito caro e os pais dele não tiveram condições de lhe dar uma. Assim, aos 12 anos de idade ele ganhou seu primeiro instrumento musical e era um violão. Era a oportunidade para o jovem Kai começar a descobrir o músico brilhante que viria a ser. E não poderia ser de melhor maneira porque logo em seguida ele se dedicaria durante seis meses a fazer aulas de violão clássico. Dois anos mais tarde Kai fundou uma banda com alguns amigos da escola e também foi o ano em que ele ganhou a primeira guitarra elétrica que teve e também um amplificador. Pouco mais tarde Kai, juntamente com Piet Sielck (que também viria a ser um nome importante no Power Metal) fundou uma banda chamada Gentry que chegou a se apresentar em clubes e escolas de Hamburgo. Para alguns a banda Gentry era apenas um projeto experimental de Kai Hansen, mas um fã de Power Metal vê o Gentry como uma raiz, ou mesmo uma semente do que viria a ser um fenômeno musical. Mais adiante Kai Hansen e Piet Sielck se juntaram a Markus e Ingo (membros de uma das formações clássicas do Helloween) e fundaram o Second Hell que acabou mudando o nome para Iron Fist que acabou encerrando suas atividades por falta de ensaios.

O período de 1982 até 1984 teve um significado diferente para Kai Hansen porque ele passou este período servindo ao exército e foi neste período onde ele conheceu Michael Weikath. Com Hansen, Weikath, Ingo e Markus eles tinham já o começo do Helloween e com alguns contatos com a gravadora Noise Records eles lançaram o mini LP Helloween e começaram o projeto do Walls of Jericho. A partir daí muitos de vocês conhecem bem a história porque ela foi muito bem divulgada na imprensa e nas várias revistas de Heavy Metal.

Kai Hansen diz que a música, para ele, sempre foi mais importante do que qualquer coisa na terra. E diz com razão porque com a música Kai se definiu, ganhou seu espaço na história e também foi com a música que o mundo ganhou o Kai Hansen que conhecemos.

Sempre que eu assistia videoclipes e Lives do Helloween e do Gamma Ray percebia muito a vitalidade e energia que o Kai Hansen tem. Quando eu observava as composições de Kai Hansen via claramente a criatividade dele em ter letras profundamente significativas sobre reinos desconhecidos, alienígenas, guerras cósmicas e uma forte apologia à liberdade. Nas lives (especialmente a live de 95 do Gamma Ray. Que eu julgo ser a live mais incrível da história do metal) eu vi que Kai Hansen sabe fazer uma apresentação de música ser singularmente divertida. Os músicos brincam no palco, se divertem junto com o público e demonstram estar se apresentando mais por prazer do que qualquer outra coisa. No ano de 2015 eu pude ver o Gamma Ray na minha cidade e pude ver com toda a vivacidade o quanto o concerto é unicamente divertido. Kai Hansen em especial brinca com os músicos, faz piadas durante as apresentações e brinca até com as músicas, a criatividade dele aflora.

No fim da apresentação eu, sem ter como ir para casa, me sentei próximo à saída do local onde ocorreu o show e pude ver Kai Hansen e os outros músicos do Gamma Ray deixando a cidade e pude ver também a atenção que eles deram e que gostariam de dar aos fãs.

Kai Hansen fez história na música por várias razões, mas a principal delas explica também porque o Gamma Ray fica cada vez melhor conforme o tempo vai passando. A razão é porque Kai Hansen mantém sempre seu espírito jovem, sua criatividade, energia e vontade de tocar, aliada à seu humor incomparável que flui em sua música e faz dos seus projetos e suas técnicas completamente dignos da lenda que é.